Veganismo: prós e contras de adotar esse tipo de dieta

Segundo dados de 2018 da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), cerca de 14% da população do país é adepta de uma dieta sem carne, seja ela vegetariana ou vegana. Enquanto a primeira consiste apenas em não comer carne, sendo permitido o consumo de leite e ovos, por exemplo, o segundo vai mais além: não há o consumo de nenhum produto de origem animal, tanto na alimentação quanto no estilo de vida. O veganismo, que pode ser visto como radical, traz alguns benefícios para a saúde, mas os adeptos também precisam tomar alguns cuidados para evitar prejuízos nutricionais.

A Profª Dra. Viviane Santos, docente do curso de Nutrição do Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE) — localizado na Imbiribeira, ao lado do Geraldão — aponta diversas motivações para a adoção de hábitos veganos. “Há questões éticas, envolvendo o respeito à vida animal; saúde, devido a efeitos protetores do desenvolvimento de doenças como diabetes, câncer e obesidade; preservação do meio ambiente, pois a fabricação de produtos de origem animal promove impactos negativos aos recursos naturais. Motivações religiosas, questões socioeconômicas e estética também podem ser outros motivos que justifiquem a adoção ao veganismo”, pontua.

Benefícios para a saúde

A prevenção a doenças crônicas e o controle de níveis de alguns indicadores são alguns dos benefícios à saúde apontados pela nutricionista. Segundo ela, uma dieta vegana pode promover a diminuição do colesterol, o que ajuda na saúde do coração e melhora o processo de digestão. “As dietas veganas também são mais ricas em fibras, devido ao maior consumo de frutas, verduras, leguminosas, cereais integrais e nozes. Esses alimentos oferecem um maior consumo de substâncias como antioxidantes (vitaminas C e E) e compostos bioativos que podem ajudar na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis”, complementa.

Possíveis riscos do veganismo

Com a restrição do consumo de alimentos de origem animal, como carne, ovos e leite, o veganismo pode trazer um menor consumo de proteínas. Mesmo que alguns vegetais, como feijão, soja, grão-de-bico e amendoim, tenham proteína, esse nutriente é encontrado em menor quantidade nesses alimentos. Além disso, a proteína de origem animal tem mais aminoácidos essenciais para o corpo do que a vegetal. “O menor consumo proteico pode levar à perda de massa muscular, especialmente em praticantes de atividades físicas, como também em pessoas idosas. A fadiga em excesso é outro sinal que pode ser relacionado a deficiência energética por conta do baixo consumo de proteínas”, alerta a nutricionista.

Para além da baixa no consumo de proteínas, Viviane aponta a possibilidade de deficiência de outros nutrientes, que são encontrados em grande quantidade nos alimentos de origem animal. “A dieta vegana pode apresentar menores proporções de vitaminas B12 e D, ferro, cálcio, zinco e ácidos graxos ômega-3 em relação a uma dieta convencional, sendo assim capaz de levar a um quadro de deficiência desses micronutrientes tão essenciais ao bom funcionamento do nosso organismo”, chama a atenção.

Como equilibrar

Os prejuízos nutricionais da dieta vegana, no entanto, podem ser contornados, segundo Viviane. A professora considera que, com os devidos cuidados, é possível ter um equilíbrio que permita seguir esse estilo de vida sem problemas para a saúde. “Do ponto de vista nutricional, deve-se buscar uma dieta bastante variada, com refeições com diversidade de frutas, hortaliças, leguminosas e cereais e derivados proteicos de origem vegetal, tornando o prato bem colorido, e dar preferência a frutas e hortaliças da estação”, recomenda. Além disso, ela aconselha o acompanhamento de um médico ou nutricionista, para avaliar a qualidade da alimentação ou, caso necessário, prescrever alguma suplementação alimentar.

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