Vacinação contra o HPV garante prevenção do câncer de colo de útero
O câncer de colo de útero é o terceiro tipo de câncer mais incidente entre as mulheres, sem levar em consideração os tumores de pele não melanoma, no Brasil. Segundo estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca), serão 17.010 casos novos até 2025, o que representa uma taxa bruta de incidência de 15,38 casos a cada 100 mil mulheres.
A doença possui desenvolvimento lento e silencioso na fase inicial, mas conforme evolui, pode apresentar sintomas como sangramento vaginal intermitente (que vai e volta) ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada a queixas urinárias. Em casos mais avançados, pode surgir alteração do hábito intestinal.
A principal causa é a infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV), infecção sexualmente transmissível (IST) que acontece principalmente através das relações sexuais desprotegidas, com ou sem penetração. No entanto, além do uso de preservativo e do exame diagnóstico Papanicolau, que detecta precocemente lesões causadas pelo vírus, já existe vacina, o que acaba tornando o câncer de colo de útero um dos mais preveníveis, segundo especialistas.
Vacina
Mesmo com a eficácia comprovada, a procura pela imunização ainda é insuficiente no Brasil, cuja meta de adesão é de 90% para meninas entre nove e 14 anos, mas dados de 2023 do Ministério da Saúde revelam que a cobertura é de 76,3% para a primeira dose e de 57,7% para a segunda. Recentemente, o Ministério da Saúde do Brasil anunciou uma mudança no protocolo de vacinação contra o HPV: a dose única para crianças e adolescentes entre 9 e 14 anos.
O índice de proteção da vacina quadrivalente, oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é de 70% para os casos de tumores no colo do útero. Dessa forma, a imunização em larga escala contra o HPV teria o potencial de impactar significativamente na saúde pública, reduzindo a incidência de câncer de colo de útero, bem como outros cânceres relacionados ao vírus, como câncer de ânus, vagina, vulva, pênis e orofaringe.
Tipos de câncer de colo de útero
O câncer do colo do útero é a multiplicação desordenada de células do epitélio de revestimento do órgão, comprometendo o tecido subjacente (o estroma), podendo invadir outras células e órgãos.
Os tipos mais frequentes são o Carcinoma epidermoide, que acomete o epitélio escamoso e é o tipo mais incidente, correspondendo a cerca de 80% a 90% dos casos; e o Adenocarcinoma, que ocorre no epitélio glandular e é mais raro (entre 10% a 20%).
O tratamento consiste em cirurgia, quimioterapia e radioterapia, dependendo do estadiamento.