Tabagismo causa 8 milhões de mortes por ano
O Dia Mundial de Combate ao Fumo, celebrado em 31 de maio, foi criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1987 para alertar sobre os perigos do tabagismo, inclusive das mortes que podem ser evitadas. Apesar do consumo de tabaco ter diminuído, de acordo com dados da OMS, o número dos que ainda persistem é alto: 1,25 bilhão de pessoas ainda fumam no mundo inteiro, sendo o tabagismo responsável pela morte de 8 milhões de pessoas por ano. O Brasil é um dos 150 países do mundo que conseguiram reduzir esse quantitativo, com uma diminuição de 35% entre 2010 e 2022.
Cigarros contêm mais de 4,7 mil substâncias nocivas, como a nicotina (responsável pela dependência química), monóxido de carbono (principal ingrediente, dificulta o transporte de oxigênio pelo sangue), plutônio (metal radioativo), além de diversos outros compostos cancerígenos. Por isso, o hábito de fumar pode causar mais de 50 tipos de doenças, dentre tipos de câncer e problemas respiratórios e cardíacos, inclusive para fumantes passivos. O câncer de pulmão, por exemplo, é uma das patologias mais associadas ao fumo e é o tumor mais comum (quase 2,5 milhões de casos) e o mais mortal (1,8 milhão de óbitos), segundo a OMS.
Um quarto das mortes por câncer no mundo inteiro são causadas pelo uso do tabaco. Quem fuma tem até 10 vezes mais chances de desenvolver algum tumor, seja nos pulmões ou em partes do sistema respiratório por onde a fumaça passa. Dentre os principais, estão os cânceres de boca, língua, faringe, laringe e traqueia. Mas não apenas o sistema respiratório é atingido. Partes do corpo como pâncreas, rim, fígado, bexiga, esôfago e estômago também podem desenvolver tumores decorrentes do cigarro, além de leucemia mieloide aguda (um tipo de câncer do sangue).
A fumaça do tabaco favorece a formação de placas de gordura nos vasos sanguíneos e o desenvolvimento de coágulos, o que acaba restringindo o fluxo do sangue. Por isso, fumantes têm quatro vezes mais chances de desenvolverem patologias como hipertensão, infarto, angina, acidente vascular cerebral (AVC) e aterosclerose (acúmulo de substâncias nas artérias), além de um maior risco de desenvolver tromboses e diabetes. Na respiração, oito em cada dez casos de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) — patologia que obstrui as vias aéreas — são oriundos do fumo, sem contar com outros problemas como asma, enfisema pulmonar, bronquite crônica, rinite e lesões nas vias respiratórias, causadas pelo calor da fumaça.
Além de cânceres e problemas cardiorrespiratórios, o hábito de fumar pode causar uma série de outros problemas de saúde. Alguns deles são infertilidade, impotência sexual, problemas de saúde bucal, catarata, úlcera gástrica e perda de massa óssea.
Por se tratar de uma dependência química, o hábito de fumar não é fácil de largar. Por isso, o tratamento do tabagismo envolve desvincular o paciente de possíveis gatilhos. É necessário acompanhamento de um psicólogo, profissional que vai ajudar a entender a origem do vício. “Vai depender da história de vida de cada um, do que aquele vício significa, do que levou o indivíduo àquele lugar”, aponta Tatiany Melo, professora de Psicologia do Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE) — localizado no Recife, no bairro da Imbiribeira.
Tatiana de Paula, professora da Faculdade Tiradentes (Fits), localizada em Goiana, defende que a consulta com um médico também é importante, para a prescrição de medicamentos que ajudem a contornar o vício e também para tratar possíveis problemas decorrentes do fumo. “Cuidar da própria saúde proporciona qualidade de vida e longevidade, pois previne o surgimento de diversas doenças, ou permite um melhor tratamento para possíveis enfermidades”, explica.