Quais são as principais disciplinas do curso de Medicina?
O curso de Medicina é o mais concorrido do Brasil, de acordo com o Ministério da Educação (MEC). Ainda segundo a instituição, quase 300 mil pessoas que realizaram o último Exame Nacional do Ensino Médio se inscreveram no Sisu 2024 para tentar uma vaga para o curso. O segundo colocado nessa lista (o curso de Direito) teve apenas 157 mil inscritos. Mesmo assim, ainda é grande o desconhecimento sobre a matriz curricular do curso de Medicina, que diz respeito às matérias estudadas durante a graduação.
Ciclo básico
Com duração total de seis anos (12 períodos), o curso se divide em três fases: o ciclo básico, o ciclo clínico e o internato. Os quatro primeiros períodos do curso são dedicados ao ciclo básico, que se propõe a transmitir aos alunos noções básicas sobre o funcionamento do corpo humano, além de preceitos éticos da profissão. Esse estágio do curso será a base para as futuras cadeiras práticas e para um bom desenvolvimento profissional.
O ciclo básico compreende disciplinas como Anatomia, que estuda as partes do corpo, suas localizações, funções e interações; Fisiologia, que se debruça sobre o funcionamento dos sistemas e do corpo como um todo; Histologia, ou seja, o estudo dos tecidos do corpo humano; Embriologia, que é o estudo da formação do organismo desde a fecundação até o estágio embrionário; e Bioquímica, que analisa as estruturas e processos químicos do corpo. Além disso, é comum que sejam estudadas disciplinas como Ética e Antropologia.
Ciclo clínico
Entre o quinto e o oitavo semestres, os estudantes se dedicam ao ciclo clínico. Nessa fase, será feito o aprofundamento dos conceitos adquiridos no ciclo básico e a aplicação deles para a prática. O foco, nesse período, é a compreensão das origens e tratamentos de doenças e outros problemas de saúde. Dentre as disciplinas do ciclo clínico, estão Farmacologia (estudo dos medicamentos), Imunologia (mecanismos de defesa do corpo), Semiologia (estudo dos sintomas), Patologia (estudo das doenças) e Traumatologia (estudo de fraturas).
Com o tempo dividido entre disciplinas teóricas e práticas, os dois primeiros ciclos do curso também contam com cadeiras voltadas para o coletivo. Além de componentes curriculares mais direcionados para as ciências humanas, como Ética e Ciências Sociais, que são úteis para a humanização do profissional, também existem aquelas que unem as humanidades e as Ciências Biológicas. Dentre elas, é possível citar a Epidemiologia (estudo do comportamento de enfermidades em uma população), Saúde Coletiva (que analisa fatores socioeconômicos que impactam na saúde de uma comunidade) e Saúde da Família (cuidado mais próximo com os pacientes, desde crianças até idosos).
Internato
Os últimos dois anos do curso (do 9º ao 12º períodos) são destinados ao internato, ou seja, o estágio obrigatório para estudantes de Medicina. Essa fase do curso serve para que os alunos, que passam a ser chamados de internos, vivenciem a profissão na prática. Sem as cargas horárias teóricas, os internos passam a maior parte do tempo em hospitais ou clínicas-escola desempenhando as funções médicas e aplicando aquilo que aprenderam nos quatro anos anteriores, sempre com a supervisão de profissionais.
O MEC exige que 30% da carga horária do internato sejam voltados para Medicina da Família e da Comunidade e urgência e emergência, e os outros 70%, para Clínica Médica, Cirurgia, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia, Saúde Coletiva e Saúde Mental.