O que são "soft skills" e como podem ajudar estudantes de Medicina?
Quem procura se destacar no mercado de trabalho, seja na procura de um estágio, primeiro emprego, ou até mesmo para profissionais que já têm carreira, é muito importante ter diversas habilidades. Quanto mais recheado for o currículo, mais bem visto será o candidato à vaga, inclusive na Medicina. Mas é fundamental entender a diferença entre os tipos de habilidades.
As competências exigidas por empresas podem ser classificadas em “hard skills” (“habilidades duras”, em inglês) e “soft skills” (“habilidades suaves”). As primeiras dizem respeito aos conhecimentos técnicos, que são aprendidos através do estudo, na graduação ou em outros cursos. Já as soft skills são habilidades comportamentais e interpessoais, que são mais difíceis de serem aprendidas, já que dependem da personalidade de cada um, mas que têm a mesma importância das capacidades técnicas.
De acordo com Alessandra Ribeiro, coordenadora de RH do Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE), localizado na Imbiribeira (Recife), ao lado do Geraldão, é necessário desenvolver os dois tipos de forma equilibrada. “Isso pode variar dependendo do contexto, da empresa e do cargo específico”, complementa.
Na Medicina, conhecer o corpo humano, entender as doenças e saber como tratá-las é tão importante quanto ter empatia por seus pacientes e saber trabalhar em equipe, por exemplo. Mas, devido ao foco nos conhecimentos técnicos, os estudantes podem acabar negligenciando suas habilidades interpessoais, o que pode ser prejudicial para a sua carreira e para os próprios pacientes. Mas na graduação de Medicina da Faculdade Tiradentes (Fits), localizada em Goiana, esses valores são trabalhados. Tatiana de Paula, coordenadora pedagógica, explica que na faculdade, são seguidas as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Medicina, que prezam por uma “formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, com capacidade para atuar com princípios éticos”.
Tatiana explica que uma das soft skills mais importantes para a carreira de um médico é a comunicação. É fundamental que o profissional saiba explicar o problema de saúde e o tratamento de maneira clara, para que seus pacientes compreendam bem aqueles sintomas que está sentindo. Essa habilidade também será útil para passar informações acerca de um paciente para o resto da equipe, como enfermeiros ou mesmo outros médicos.
A empatia e a inteligência emocional também precisam ser bem desenvolvidas por profissionais de Medicina, principalmente em momentos difíceis, como ao informar a um paciente sobre um diagnóstico, ou comunicar à família de um enfermo a respeito de seu falecimento. Nesses casos, é crucial colocar-se no lugar do outro e passar a mensagem com cuidado, já que se tratam de momentos muito sensíveis.
A proatividade é uma outra soft skill que deve ser valorizada no campo da Medicina. Essa habilidade consiste em tomar a iniciativa em relação a determinada situação, como agir ativamente para buscar uma maneira de resolver o problema de saúde de um paciente. Aliada a essa competência, podem estar a liderança e a gestão de equipe. Essas podem ser úteis quando existe a necessidade de coordenar as ações de diversos membros de uma equipe profissional para proporcionar o melhor cuidado possível. Outras habilidades que podem ser úteis para médicos são organização, disciplina, tomada de decisão e resolução de problemas. Também é importante manter uma boa relação com colegas, para facilitar o trabalho de todos e também aprimorar essas habilidades. O feedback dos colegas, ou até mesmo de pacientes, pode ser útil para o desenvolvimento das soft skills, assim como autoavaliação e autoconhecimento.