O que são medicamentos fitoterápicos?
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Medicamentos fitoterápicos são aqueles feitos a partir de plantas, ou alguma parte delas, e que passam por um processo de industrialização para que o fármaco seja padronizado. Isso quer dizer que simples chás ou infusões caseiras feitas com plantas medicinais não são considerados medicamentos fitoterápicos. Os remédios de origem vegetal podem ser comprados em drogarias e farmácias de manipulação, precisam ter registro da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e são encontrados em forma de comprimidos, cápsulas, pomadas ou xaropes.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera os fitoterápicos como parte das chamadas medicinas tradicionais, complementares e integrativas (MTCI), que são práticas de atenção à saúde que têm origem em teorias e experiências de diversas culturas. Mais da metade dos 194 membros da OMS, incluindo o Brasil, têm alguma política nacional de MTCI. Por aqui, o Ministério da Saúde considera, através do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF), que os fitoterápicos fazem parte essencial das políticas públicas de saúde. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece à população doze medicamentos fitoterápicos, listados na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename):
- Alcachofra (Cynara scolymus);
- Aroeira (Schinus terebinthifolia);
- Babosa (Aloe vera);
- Cáscara Sagrada (Rhamnus purshiana);
- Espinheira Santa (Maytenus officinalis);
- Guaco (Mikania glomerata);
- Garra do Diabo (Harpagophytum procumbens);
- Hortelã-pimenta (Menta x piperita);
- Isoflavona de Soja (Glycine max);
- Plantago (Plantago ovata);
- Salgueiro (Salix alba);
- Unha-de-Gato (Uncaria tomentosa).
Para que são usados
De acordo com Tatiana de Paula, professora da Faculdade Tiradentes (Fits) — localizada em Goiana —, os fitoterápicos podem trazer uma série de benefícios. “Alívio de sintomas, suporte ao tratamento de condições crônicas, e promover o bem-estar geral. Eles podem ajudar como antioxidantes e anti-inflamatórios, por exemplo, mas não substituem o tratamento habitual do paciente”, explica.
São utilizados geralmente para o tratamento ou prevenção de doenças psicossomáticas, como ansiedade, insônia, depressão, e também problemas como espasmos, dores, anorexia, contusões, irritação na pele e artrite. “Medicamentos fitoterápicos têm sido utilizados tradicionalmente para uma variedade de condições, incluindo distúrbios gastrointestinais, respiratórios e dermatológicos”, acrescenta Tatiana.
Mau uso dos fitoterápicos
Evitar a automedicação, mesmo com os remédios fitoterápicos, é uma maneira de garantir que o tratamento vai ter sucesso. O uso indiscriminado dos medicamentos de origem vegetal pode causar reações alérgicas ou efeitos tóxicos, ou mesmo interações negativas com outros medicamentos. Por isso, os fitoterápicos, assim como quaisquer outros medicamentos, devem ser utilizados com indicação médica. “É essencial seguir a posologia recomendada, a forma de administração e respeitar as contraindicações específicas para cada produto”, Tatiana alerta.
Também não é aconselhável utilizar fitoterápicos sem registro da Anvisa, ou que contenham muitas plantas na composição, ou sirvam para muitas doenças, ou mesmo que não indiquem o nome científico da planta utilizada ou do farmacêutico responsável. Tatiana de Paula diz ainda que o mau uso dos fitoterápicos pode causar até mesmo o agravamento dos sintomas. “Além disso, doses inadequadas ou uso prolongado sem supervisão podem comprometer a eficácia do tratamento ou resultar em danos à saúde”, complementa.