O que é glaucoma e como tratá-lo?
O glaucoma é uma doença oftalmológica que afeta cerca de 1,5 milhão de pessoas no Brasil, segundo dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO). Podendo ser adquirida ao longo da vida — como pelo excesso de corticoides —, transmitida pela carga genética, ou surgir de enfermidades como diabetes, é a principal causa de cegueira evitável do mundo. A doença surge a partir de lesões que são causadas ao nervo óptico devido ao aumento da pressão no interior do globo ocular. Essa pressão aumenta devido a problemas no escoamento do humor aquoso, líquido responsável por nutrir os tecidos oculares.
Na maior parte dos casos (cerca de 80%), o glaucoma não apresenta sintomas nos primeiros meses, ou até mesmo anos. Depois desse período inicial, o paciente começa a perder a visão periférica, ou seja, enxerga bem o que está a sua frente, mas não o que está dos lados. A perda da visão central acontece quando a doença já está avançada. Mesmo sendo mais comum em pacientes com mais de 40 anos, pode acometer pessoas de qualquer faixa etária. O glaucoma congênito, por exemplo, pode se manifestar já em recém-nascidos.
Diagnóstico
Para diagnosticar a enfermidade, é preciso fazer exames oftalmológicos pelo menos uma vez ao ano, principalmente a partir dos 35 anos. São feitos exames como a medição da pressão intraocular, exame de fundo de olho (procedimento pouco invasivo que analisa o estado de estruturas como o nervo óptico, os vasos sanguíneos e a retina), e exame de campo visual. Possíveis fatores de risco também são levados em consideração, como casos de glaucoma na família, idade, doenças como diabetes, traumas oculares ou alto grau de miopia.
Não existe uma cura para o glaucoma, mas é possível tratá-lo. Inicialmente, o tratamento inclui o uso de colírios ou, em casos emergenciais, o uso de medicamentos por via oral. O glaucoma crônico, o tipo mais comum, deve ser tratado durante a vida inteira, com o uso de colírios, ou até medicação ou raio laser. Cirurgia é uma opção, mas que só deve ser usada em último caso, devido aos riscos da operação e à possibilidade de não alcançar o efeito desejado. Um tratamento inadequado ou a ausência dele pode levar à cegueira. Em casos de glaucoma causado por outras enfermidades, o uso de colírios acontece apenas enquanto a doença primária é tratada. Com a causa solucionada, a pressão intraocular volta ao normal e o problema visual desaparece.