Doação de sangue pode salvar até quatro vidas
Com a descoberta, feita pelo médico austríaco Karl Landsteiner, do fator Rh e do sistema ABO, os quais determinam os diferentes tipos sanguíneos, foi possível salvar diversas vidas pelo mundo inteiro pelo ato de doar sangue. A doação é fundamental para tratamentos de doenças crônicas (como anemia falciforme), intervenções médicas, incluindo urgências e cirurgias complexas, e em situações que envolvem risco de vida para os pacientes. Além disso, o sangue também é usado em cuidados maternais e neonatais.
Dados
O acesso a doações seguras de sangue não é tão comum assim, principalmente em países de rendas mais baixas. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 40% das quase 120 milhões de doações globais acontecem em países ricos, os quais abrigam apenas 16% da população mundial. Ainda segundo a OMS, a taxa de doações a cada 1000 amostras é de 31,5 em países ricos, 16,4 em países de renda média-alta, 6,6 em nações de renda média-baixa e apenas 5 em países pobres.
O Brasil está dentro do recomendado pela OMS. Segundo o órgão internacional, o ideal é que a quantidade de doadores de sangue em um país gire em torno de 1% a 3% da população. Dados do Ministério da Saúde revelam que 1,4% dos brasileiros doam sangue regularmente, tendo sido registradas 3,1 milhões de doações no país em 2022.
Quem pode doar
Para realizar a doação, o indivíduo deve ter entre 16 e 69 anos de idade (para menores de 18 é necessário autorização dos responsáveis, e maiores de 60 anos precisam já ter doado anteriormente), pesar no mínimo 50 kg, estar bem alimentado, ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas e estar bem de saúde. Algumas doenças impedem a doação, como doença de Chagas, sífilis e AIDS. Pessoas que tiveram hepatite depois dos 11 anos de idade também não podem doar.
Após a doação
A doação de sangue não afeta a saúde do doador. A quantidade retirada é pequena (no máximo 450 ml), e o corpo do doador começa a se recuperar imediatamente. Mesmo assim, o indivíduo não deve fazer esforços físicos após a doação e deve se manter hidratado e bem alimentado.
A amostra coletada passa por teste para identificar possíveis agentes infecciosos ou outros fatores que impeçam a utilização daquele sangue, além de identificar o tipo sanguíneo. Os componentes do sangue são separados (hemácias, plaquetas e plasma) e são destinados a quem precisa. Uma única doação de sangue pode salvar quatro vidas.