Como funciona o internato em Medicina?
Por se tratar de um campo de atuação predominantemente prático, o curso de Medicina não pode se limitar a aulas teóricas. Por isso, além das salas de aula, há momentos cruciais para a formação de médicos, como as aulas práticas e, principalmente, o internato. Essa fase da graduação sempre ocorre nos últimos dois anos do curso, que contabiliza um total de seis anos. Nesse período, o estudante vai aprender no cotidiano a prática da profissão. O internato é considerado um estágio obrigatório e, portanto, não é remunerado.
Os internos, como são chamados os alunos que estão nessa fase, passam a não ter mais carga horária de aulas teóricas, para dar mais atenção aos aprendizados práticos. Esses estudantes, então, realizam atividades médicas em diversas especialidades, com o objetivo de diversificar o máximo possível a experiência. Essas funções são executadas em hospitais ou clínicas da própria instituição de ensino, ou de parceiros, sempre com a supervisão dos professores. “Também existe a parte de estágio nas unidades básicas de saúde da família. E esses estágios são na condição de prática, no sentido de que eles vão atuar em parceria com os médicos”, acrescenta Tatiana de Paula, professora da Faculdade Tiradentes (Fits), localizada em Goiana.
A carga horária do internato em Medicina, regulamentada pelo Ministério da Educação (MEC), prevê que o estudante desempenhe suas funções por, no máximo, 40 horas semanais, sendo possível a existência de plantões de até 12 horas. O MEC também determina que 30% dessa carga horária seja destinada à Medicina da Família e da Comunidade e a serviços de urgência e emergência. Os outros 70% são destinados a especialidades como Clínica Médica, Cirurgia, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia, Saúde Coletiva e Saúde Mental.
Tatiana aponta algumas maneiras de aproveitar ao máximo a experiência do internato. A professora menciona, por exemplo, a manutenção de uma rotina de estudos. “Se o aluno está cumprindo a rotina de estágio de urgência e emergência, então ele precisa saber quais são as principais situações que acontecem nesses espaços, e precisa rever também alguns conhecimentos teóricos”, afirma. A médica também destaca a importância de se manter atualizado em relação a novas diretrizes ou formas de diagnóstico, além de manter uma boa comunicação com seus supervisores, sem contar a importância da gestão de tempo. Por fim, Tatiana ressalta que o internato é o momento de decidir a especialidade que o estudante deseja seguir. “Às vezes, temos uma impressão de determinada especialidade na teoria, mas, na prática, vemos que é diferente”, finaliza.