Câncer Colorretal é o terceiro mais frequente no Brasil
No cenário global da saúde, a conscientização sobre a prevenção de doenças envolve diversas campanhas voltadas para a promoção da saúde. Uma delas é o “Março Azul”, mês dedicado à conscientização e prevenção do câncer colorretal e também conhecido como câncer de intestino.
O câncer colorretal engloba os tumores surgidos na parte do intestino grosso chamada cólon e reto (localizada no final do intestino, antes do ânus) e no ânus. É uma doença heterogênea, que se desenvolve predominantemente a partir de mutações genéticas em lesões benignas, como pólipos adenomatosos e serrilhados, sendo uma das mais comuns entre os cânceres em todo o mundo. Sua incidência tem aumentado, chamando a atenção para a necessidade premente de ações preventivas.
No Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), sem considerar os tumores de pele não melanoma, ele ocupa a terceira posição entre os tipos de câncer mais frequentes no Brasil. Ainda de acordo com o INCA, o número estimado de novos casos, para cada ano do triênio de 2023 a 2025, é de 45.630, sendo 21.970 casos entre os homens e 23.660 casos entre as mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 20,78 casos novos a cada 100 mil homens e de 21,41 a cada 100 mil mulheres.
Sintomas
De acordo com o médico e coordenador do curso de Medicina da Faculdade Tiradentes de Goiana, Dr. José Roberto, os principais sintomas de câncer de intestino são: “dor abdominal, diarreia, constipação intestinal, sangramento intestinal, emagrecimento, perda de peso”. E costumam aparecer à medida que a doença se desenvolve e são mais frequentes em pessoas que possuem histórico de câncer de intestino na família ou que possuem doenças intestinais inflamatórias crônicas, como a doença de Crohn ou retocolite ulcerativa, por exemplo.
Por isso, é importante consultar o médico quando os sintomas duram mais de 1 mês, existe histórico na família de câncer e/ou a pessoa possui algum fator de risco, como alimentação inadequada ou obesidade.
Fatores de risco
Os principais fatores de risco estão associados ao comportamento, como sedentarismo, obesidade, consumo regular de álcool e tabaco e baixo consumo de fibras, frutas, vegetais e carnes magras. Além disso, podem estar associados a condições genéticas ou hereditárias, como doença inflamatória intestinal crônica e histórico pessoal ou familiar de adenoma ou câncer colorretal, e ocupacionais, como exposição a radiações, por exemplo, raios X e gama.
Prevenção e Diagnóstico
Os cânceres de cólon e reto apresentam alto potencial para prevenção primária, com a promoção à saúde por meio de estímulo a hábitos de vida e dietéticos saudáveis, como uma dieta equilibrada, a prática regular de atividades físicas e a redução do consumo de tabaco e álcool;e secundária, a partir da detecção precoce. Em razão de sua história natural, são passíveis de ações de rastreamento e de diagnóstico precoce, com a realização de exames regulares, como a colonoscopia, que possibilita a detecção de pólipos antes que se tornem malignos.
“Pessoas acima de 50 anos, devem fazer colonoscopia preventiva. Pessoa com histórico de câncer colorretal na família, todos da família devem fazer exame de colonoscopia preventiva”, ressalta Dr. José Roberto.
Tratamento
O tratamento para o câncer no intestino deve ser indicado pelo gastroenterologista ou proctologista de acordo com as características do tumor, estágio da doença e idade da pessoa. De forma geral, é indicada a realização de cirurgia para retirar a porção do intestino afetada pelo câncer e uma parte próxima que esteja saudável, podendo ser feita a realização de sessões de quimio e/ ou radioterapia após a cirurgia.