Aluno da Fits e presidente de Liga Acadêmica realiza sonho de infância
Fernando Clayton, que acaba de finalizar o 6º período de Medicina na Faculdade Tiradentes (Fits), localizada em Goiana, está realizando um sonho de infância. “Escolhi o curso de Medicina porque foi meu sonho desde pequenininho. Sempre disse à minha mãe que queria ser médico, por mais que não entendesse tanto assim a diferença das áreas de saúde. Mas sempre me brilharam os olhos”, conta. Os momentos em que precisou de internamento na infância também contribuíram para a sua escolha. “Sempre precisei ficar internado por algumas infecções na garganta, e aquele ambiente sempre me chamou a atenção”, diz. Após três anos e meio tentando o vestibular, conseguiu ser aprovado na seleção da Fits.
Dia a dia
A rotina do estudante é bastante corrida, o que é comum a alunos da área da saúde, segundo ele. Mesmo assim, Fernando diz que seu dia a dia é prazeroso. “Agora, no ciclo clínico, entramos nos ambulatórios e começamos a ter mais experiências práticas. Então ficamos praticamente com o dia todo preenchido. Dependendo do dia, saímos às oito, nove horas da noite. Bem cansados, mas é reconfortante. É muito gratificante, na verdade, fazer o que se gosta”, admite.
O aluno foi monitor de algumas disciplinas no 2º, 3º e 4º períodos, mas afirma que só deixou a monitoria por causa do tempo determinado pelo edital. “Eu teria continuado, eu gosto muito de lecionar”, acrescentou. Há três anos, Fernando participa de um projeto de extensão chamado “Chama a Fits”, feito em parceria com o SAMU de Goiana e as secretarias municipais de saúde e de educação. “A gente leva o APH, que é o atendimento pré-hospitalar, para as crianças, do ensino fundamental e médio, e agora a gente está aumentando esse projeto. A gente encaminhou agora para também entrar nas unidades básicas de saúde, para capacitar não só as crianças, mas também profissionais da saúde, nesse período que vem agora, em agosto”, detalha.
Liga de Urgência e Emergência
A partir desse projeto de extensão e do amor que o estudante sente pela área de urgência e emergência foi criada a Liga Acadêmica de Urgência e Emergência (LAUET). “Surgiu, na primeira SEMPEX, que é a Semana de Pesquisa e Extensão. Na ocasião, foi falado um pouquinho sobre ligas acadêmicas”, narra. Fernando, que é presidente da LAUET, também sentia a necessidade de unir teoria e prática e, por isso, juntou alguns amigos que compartilhavam das mesmas ideias, submeteram a proposta a um edital e foram aprovados.
“Como presidente, acabo coordenando todos os cargos, direcionando o que cada um precisa fazer, como fazer e em qual hora fazer”, diz ele sobre as suas atribuições. Fernando também explica que a Liga é apoiada pelos pilares de ensino, prática e extensão. “A gente tem aulas teóricas, seja sobre eletrocardiograma, ou sobre qualquer conteúdo da área de urgência e emergência, e leva para a prática. Tem o ensino teórico-prático, em que a gente vai entrar nas unidades de saúde, acompanhar plantões, nos acostumar a liderar uma sala vermelha, que é o que um médico recém-formado precisa fazer. Então unir a teoria e a prática é extremamente importante. Na extensão, que é o ‘Chama a Fits’, o nosso projeto de extensão. É sair das quatro paredes da faculdade e levar informação para a comunidade”, explica.
“Como profissional, a gente vai conseguir conduzir um caso de forma mais tranquila, sem alvoroço, com tranquilidade, com raciocínio clínico apurado, porque a gente se acostuma com o dia a dia”, avalia. Mas, para além das vantagens profissionais, Fernando também cita o lado pessoal. “Habilidades como inteligência emocional, ou comunicação de uma má notícia. Porque, infelizmente, a gente está ali entre a vida e a morte, então, o óbito vai acontecer. Qual vai ser a minha postura profissional para passar isso para a família do paciente? Então, a gente ganha não só conteúdo científico, mas ganha também muito conteúdo emocional, que é uma das bases para qualquer profissional”, pontua.
Futuro
A paixão de Fernando pela área de urgência e emergência é tanta que ele escolheu até mesmo a sua especialização pensando nisso. “Quero seguir a Anestesiologia, que de fato é uma área que tem tudo a ver com a urgência e emergência. O anestesiologista é o profissional que não apenas medica ou que seda para uma cirurgia, mas é o profissional que é especialista em via aérea difícil, é especialista em procedimentos invasivos, enfim, que pode trabalhar na UTI, também é capacitado para assumir uma sala vermelha. Então a anestesiologia tem tudo a ver com a urgência emergência e é justamente, até hoje, o que eu quero seguir”, finaliza.